quarta-feira, 11 de abril de 2012

.os empregos mais legais do mundo.

Quando se está fora de casa, viajando por onde for, você certeza vai conhecer muita gente, é uma rotatividade tremenda, e com certeza vai responder as mesmas perguntas muitas e muitas e muitas vezes : da onde você é, o que faz, o que faz aqui, gosta daqui, e bla bla bla. E você também, evidentemente irá fazer as mesmas perguntas, pra socializar, pra puxar aquele assunto inicial, dar aquele pontapé na sua vida social longe de casa que às vezes pode ser bem complicada, e se não der certo, você pode terminar sozinha e amargurada no seu quarto e se suicidar, ao menos acho que esse é o maior medo das hostfamilies que de inicio  tentam fazer você socializar com qualquer ser vivo com habilidades de comunicação, mesmo que básicas, que mora na sua rua ou passa na frente da sua casa. rs


Durante as perguntas algumas pessoas me entediavam enormemente, tudo que elas faziam era monossilábico e sem intensidade, porem outras pessoas me fascinavam ou simplesmente me deixavam muito pensativas, como aquele menino naquela festa estranha com gente esquisita no meu primeiro mês, que enquanto dançávamos salsa me disse que trabalhava com crianças com diferentes tipos de deficiências mentais e concluiu com "eu gosto, mas às vezes elas me batem", ainda dançando salsa.


Tiveram também o moço nas montanhas alsacianas que ensinava presidiários a cultivar seus próprios legumes, a galera de entrega com bicicletas rápidas (o fietsexpress, fiets= bike em holandês), o amigo que trabalhava fotografando turistas em barcos pelo Rio Sena, saindo da Torre Eiffel, a amiga que tentava montar sua própria companhia de teatro no coração de Marselha, o secretário do partido comunista de Luxemburgo (oi, comunistas em Luxemburgo, só moram dez pessoas em Luxemburgo quase, imagine comunistas rs), a menina que fazia chapéus, o cineasta parisiense, o organizador de festas hypes de Bruxelas, a cientista afro com cabelo de Amy Winehouse em Berlim vinda do Bronx que falava "hey dude what's up" e também tinham aquelas pessoas que não faziam nada, apenas esperavam o bonde,  porque na Europa tem pensão pra tudo quanto é coisa, depressão, estudo, falta de vergonha na cara, e o povo ainda reclama, ficava de besta.


A descrição do meu trabalho também não era a mais comum do mundo "sou paga para andar de bicicleta, tomar sorvete e pular na cama elastica, separar brigas e cantar pra dormir, basicamente isso"


Apesar de alguns contra-tempos na vida, é sempre bom ser pago pra ser feliz.









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